terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Mom

Não sei o que teria sido de mim sem ti. Nem sei se teria existido o 'eu' que sou hoje, se não existisse o 'tu' que sempre foste. A verdade é que te amo. E já merecias umas palavras dedicadas somente à tua pessoa.
O que é que alguém pode querer mais do que outro alguém que dê a vida por nós?
Foste tu que me olhaste nos olhos pela primeira vez, foste tu que quase morreste por mim, foste tu que aguentaste tanto pra me ver sorrir. Foi contigo que me aventurei a dar os primeiros passos. Foste tu que trabalhaste dia e noite pra eu ser a gordinha que era. És tu que sabes as minhas manhas de trás para a frente. Obrigavas-me a comer a sopa toda e quando fazia birra, diga-se que na maioria das vezes, afirmavas com toda a certeza e convicção que aquela sopa fazia crescer os cabelos. E assim me convencias. Davas-me sempre a volta, tal como fazes em tudo na vida. Limitas-te a saltar por cima e pensar como será o próximo passo. Quando dás por ti, já o deste e passas para o seguinte. Eu quero um dia ser como tu. Não sei se consigo.

Dormias comigo quando eu tinha medo que entrasse o 'Homem Mau' pela janela. E ainda fazias mais. Dizias-me que o cão do vizinho de cima (que nem tinha cão) ficava toda a noite a guardar a janela do meu quarto. Quantas noites eu dormi que nem um anjo, com essas palavras. Hoje perdoou-te. E agradeço-te!
O meu primeiro dente caíu. Adorei! Uma festa. Quase que era moda. E tu que nem és muito dessas coisas, fizeste-me acordar no dia a seguir com um presente debaixo da almofada, a pensar que tinha sido a fada dos dentes. Eram aquelas canetas com aquela tinta especial que há tanto eu pedia! Fiquei tão feliz!
Mais tarde, acompanhaste-me no meu primeiro dia de aulas. Levantasvas-te mais cedo pra me fazer os dois lanches diários reforçados, só para mim! Ajudavas-me a fazer os trabalhos de casa (se bem que eu nunca precisei assim muito, diga-se), costuravas-me os fatos de carnaval, sempre os mais originais. Compravas-me aqueles jogos de memória que eu adorava e chegavam para estar um dia inteiro entretida. Acompanhaste-me ano após ano. Entre trabalho, muito trabalho, birras, termómetros, hospitais, aniversários, escola, passeios... Tu foste Mãe. A Melhor Mãe.

Foi pra ti que desenhava vezes sem conta e no fim da página escrevia, às vezes com alguns erros: 'Para a mãe mais querida do mundo todo!'

Depois veio o Rúben. Beijei-te a barriga vezes sem conta e nem tinha braços suficientes para a abraçar, de tão grande que era. Fui vê-lo ao hospital. Peguei nele pela primeira vez, mas com muito cuidado, alertavas tu. Tão pequenino. E o processo repetiu-se. Agora a duas (mais o Juju's). Levámo-lo à escola e vimo-lo crescer e a ficar um homenzinho grande. Tão grande!

És uma lutadora!

Tudo por nós. Desta vez isto é para ti!

És a Melhor Mãe do Mundo, és a Minha!
E eu amar-te-ei sempre da mesma maneira,
Porque um dia começaste por me ensinar que à mesa não se brinca, nem se come com as mãos.